quarta-feira, 22 de junho de 2016

O sonho de menininha prevaleceu


Um dia, eu fui uma garotinha que gostava de história de aventuras, de personagens que exploravam o mundo e viam tudo da forma mais mágica existente. Apaixonada pela natureza, com a sede de conhecer as ruas, os cantos, o mundo em prantos. Um certo dia estressada, sentindo-me presa aos seis anos de idade, disse pra minha mãe que sonhava em ser “menina de rua”. Não me julguem, eu era novinha de mais para ter discernimento de coisas da vida. Minha mãe, mais furiosa ainda, me disse que já que eu queria tanto ser menina de rua, que eu ficaria trancada no lado de fora de casa, com frio e fome, e assim o fez, deixando-me do lado de fora por horas sem comer, até que comecei a chorar de fome, e pude entrar para comer, pois minha avó a fez fazê-la deixar-me entrar. Diferente do que ela pode ter pensado, não desisti da minha ideia de menininha de rua, porém isso seria algo futuro, quando eu pudesse me virar sozinha. Bom, eu só era uma garotinha de seis aninhos.


Hoje, sou uma jovem que já completou a maioridade, determinada e cheia de coragem. O amor pela natureza crescer, a vontade de conhecer cada canto desse planeta aumentou de forma que eu não me sentiria feliz de outra maneira. Contudo, estou aqui, sentada num colchão na sala, escrevendo sobre meus desejos ainda não realizados. Entretanto, sendo planejados, me organizando para não ter erros, respirando fundo até o momento da partida.
Ainda não tenho dinheiro, equipamento, nada que seja utilidade física, mas minha alma está tão preparada quanto meu coração. Façõ aniversário em poucas semanas, se possível, gostaria de comprar tudo que for necessário com o dinheiro que eu ganhar; conseguir o que preciso para meter o pé e ser feliz. Chega de enrolação, está na hora e não vão me impedir dessa vez. Eu esperei, pensei, refleti, pesquisei, procurei por relatos, estudei minha rota, e por uns bons anos apenas na leitura, eu tenho a chance de ousar, de fazer o que me fará vibrar, invés de continuar nesse martírio que tem me deixado verdadeiramente doente.

Sei que devem estar cansados de saber desse meu sonho, só que eu preciso escrever, preciso por tudo pra fora. Até o momento que puser meus pés para fora, fora de casa, fora do conforto, fora da bolha de plástico e voando dentro da bolha de sabão, leve, brilhante e transparente. 



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