Eu
fumava incansavelmente naquela madrugada, meu hálito cheirava a puro
álcool. Não conseguia dormir e minhas lágrimas já haviam se
esgotado ao decorrer da semana, ao decorrer da minha miserável vida.
O que sobrara de mim foi apenas uma jovem adulta com expressões
indecifráveis, a necessidade incontrolável de fumar a todo instante
sem pausa ou descanso diante de um coração partido em pedaços.
O
que eu precisava era de meus momentos só em completa solidão.
Contudo essa solidão que me rondava havia virado meu pesadelo mais
tenebroso; pois ela não me largava por mais que eu quisesse
interagir, não me deixando prosseguir. Em meio a toda essa tristeza
minha casa fedia a cigarro, não poderia convidar ninguém descente
aquele lugar que espalhados pelo chão, continha inúmeras garrafas
vazias de bebida. E depois de dias sem pregar o olho, vivendo a base
das minhas drogas e da minha magoa, o cansaço era tanto que eu
finalmente adormeci; só que para sempre.
Meu
corpo fora encontrado derrapado entre uma cômoda e minha cama, o
estado do quarto e toda minha pequena moradia deixava claro o que deu
motivos ao meu fim. E talvez agora eu possa ver a luz. Despedindo-me
do pesadelo chamado vida.